quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Trilha ao Cabeça de Peixe - Parque Nacional da Serra dos Orgãos

Por Leandro do Carmo

Trilha do Cabeça de Peixe - Parque Nacional da Serra dos Orgãos

Local: Parque Nacional da Serra dos Órgãos
Data: 27/10/2012
Participantes: Leandro do Carmo, Leonardo Carmo, Guilherme Belém, Ary Carlos e Leandro Collares



DICAS:

Duração: 3 h (somente ida)
Nível: Pesada

Comunicar à Administração do Parque
http://www.icmbio.gov.br/parnaserradosorgaos/) qual trilha vai fazer; trilha muito íngreme em todo o percurso; necessidade de corda em alguns lances; exposição em alguns lances; levar corda; rapel facilita em alguns trechos; sem água no caminho; levar protetor solar; o início da trilha começa na santinha, antes do paraíso das plantas.


Histórico


Com cerca de 1680 metros, o pico Cabeça de Peixe está ao lado do Dedo de Deus. Lá do cume, tem-se a impressão de estarmos mais alto que o Dedo, podendo observar a escalada e o rapel pela via Teixeira. Sua conquista ocorreu em 1931, pelo CEB – Centro Excursionista Brasileiro, no período das grandes conquistas, amadurecimento e consolidação do montanhismo brasileiro.


Relato


Fizemos essa subida junto com o CNM – Clube Niteroiense de Montanhismo. Nossa intenção, no começo, era promover uma “invasão” aos quatro cumes do local: Escalavrado; Dedo de Nossa Senhora; Dedo de Deus; e Cabeça de Peixe. Porém, não conseguimos organizar o evento. Mas a vontade de subir qualquer um deles era grande. Conversando com o Ary, resolvemos fazer o Cabeça de Peix,e pois mais algumas pessoas também queriam fazê-lo, aí, uniríamos o útil ao agradável...
Marcamos então para o dia 27/10. Torcemos durante a semana para que o tempo permanecesse bom. O Ary teve até uma conversa com São Pedro, não sei o teor dessa conversa... rs, mas acho que foi boa!!!!

Então, sábado as 06:30, estávamos chegando no ponto de encontro, lá no posto Esso da entrada da João Brasil, onde encontramos o Collares. Algumas pessoas não foram e assim ficamos com um grupo reduzido, porém mais forte. Partimos de carro pelo Rio, pois a estrada de Magé está em péssimas condições e de acordo com o Collares, seria bem melhor. E com certeza foi!!!

Chegamos ao estacionamento no Paraíso das Plantas, por volta das 08:10h. O tempo estava meio encoberto pela neblina, mas a previsão era boa. Nos abastecemos, tiramos algumas fotos e partimos, às 08:30h. Dali até o início da trilha, andamos alguns minutinhos. Na santinha, tinham dois guardas do parque que estavam fazendo uma fiscalização, o que nos surpreendeu, positivamente, é claro. Isso dá mais força ao parque e a preservação para as próximas gerações! Dali, seguimos à esquerda, por cima paredão, viramos a direita, passando por cima do rio, viramos à direita, de novo, até a entrada por uma tela cortada. Daí, é só seguir para a esquerda, e quando encontrar o rio novamente, subir a direita.

A trilha já começa forte. É subida o tempo todo. Começamos num rítimo bom e fomos subindo, sempre conversando e contando histórias... Se foram verdade, não sei... Mas que foram boas, isso sim eu tenho certeza!!!! rs... A trilha era bem óbvia, sem bifurcações. Fomos revezando a corda, assim ninguém carregaria peso sozinho. Parávamos de tempo em tempo, uma pequena pausa para água. O tempo passou rápido e logo estávamos com uma hora de subida. Mais alguns minutos e chegamos numa parte mais aberta. Já dava para ver a beleza do Dedo de Deus. Um outro ângulo, não tão visto quanto os outros. Mais acima uma caminhadinha sobre uma rampa de pedra, e um pequeno lance de aderência, nada de difícil. Continuamos a subida e chegamos a um mirante, onde dava para ver o que faltava e qual seria o caminho a percorrer. O dia estava aberto, já não tinha mais nuvens nem neblina. O sol estava forte. Mas o vento refrescava e dava mais força para continuar a subida.

Dali para cima, começaria a parte mais pesada. A subida foi ficando mais íngreme e por vezes, utilizamos algumas cordas fixadas. Subimos a canaleta até duas pequenas árvores à esquerda, onde viramos, num lance meio exposto e usamos uma fita para ajudar. Tem que ficar atento, pois pode parecer que tem que subir direto até a ponta da pedra bem no alto. Daí, seguimos trilha acima, encostada na pedra.

Mais acima, uma nova fenda, mais corda e continuamos a subida. Em algumas partes, usamos muito o braço nas cordas, alguém sem preparo e experiência, ficaria meio enrolado, talvez nem subisse...

Mais subida e chegamos à primeira parte da “boca do peixe”, contornando-a pela direita e chegamos a uma parte onde precisamos de mais força e técnica. Passamos tranquilos, aí veio mais um lance de corda numa grande fenda. Era uma corda bem fina, não muito confiável. Mais umas pedras e estávamos no cume. Foram 2:56h de exaustiva subida, porém bem recompensada!

A vista é fantástica!!!! Frade, Garrafão, Açú, Dedo de Deus, Dedinhos, Escalavrado, Três Picos, etc. Fotos, fotos e mais fotos... O tempo estava ajudando... Dava para ver tudo. Ficamos lá durante quase uma hora. Lanchamos, descansamos e conversamos muito. Dali, conseguíamos ver um pessoal descendo do Dedo de Deus e um outro grupo no artificial do Dedo de Nossa Senhora. Foi espetacular.  Assinamos o livro de cume e nos preparamos para descer, era 12:20. Geralmente a descida é mais fácil, mas lá é diferente. É muito íngreme e isso dificulta muito, todo cuidado é pouco, para torcer o pé, não custa nada... Mas seguimos tranquilos. Todas aquelas passagens difíceis da subida, repetiríamos na descida, não tinha jeito. No ponto onde termina a calha, e que quebramos para a esquerda na árvore, fizemos um rapel, o que facilitou um pouco. Daí foi só descer...

No caminho escutávamos uns barulhos estranhos, achávamos que eram alguns macacos, mas estavam longe. Quase não encontramos animais durante a trilha, com exceção de uma cobra cipó que cruzou a trilha na minha frente e uma espécie de lagartixa que ficou vigiando a nossa descida, nem se importando com flashes... rs

Já chegando, uma pausa no pequeno rio refrescou o final da trilha. A água estava gelada, mas aliviou bem os pés e o calor. Já na santinha, um banho completo para a volta até o carro. Chegamos no Paraíso das Plantas às 14:50. Até que fomos rápidos... mas para que a pressa... Guardamos as mochilas e fomos até a lanchonete, onde comi o bolinho de aipim com carne seca mais gostoso da minha vida!!!!!


Fotos























9 comentários:

  1. Espero refazer essa trilha, muito boa e dura! Energia, alto astral e diversão dessa galera. Obviamente sem quedas no meio da trilha, onde fiquei um pouco baleado hehehe, descuido? Diria cansaço. Gostaria de marcar um escalavrado cm a galera toda também. Grande abraço e até a próxima aventura, digo; PITBULL-Aventura!!! Guilherme Belem

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  2. Pitbull me chama para subir a cabeça de peixe ou o escalavrado com vcs. De preferência em um domingo.Segue meu e-mail: robadeys@bol.com.br

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    1. Fala Fábio, estamos sem previsão ainda de fazer alguma dessas trilhas. Pode ser que mais para frente.

      Valeu.

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    2. Fui no feriado de corpus cristi,cheguei até o último lance de corda fixa, porém depois deste caminho não tinha mais trilha.Só achei bromélias.Teria alguma dica para mim?

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    3. Fala Fábio,

      Não consegui identificar o ponto em que você chegou. Dá uma olhada no vídeo que fiz e veja se consegue identificar o ponto lá, assim fica mais fácil para passar as dicas. Tem foto de até onde chegou? Segue meu e-mail: lgcarmo@yahoo.com.br
      Link para o vídeo: http://pitbullaventura.blogspot.com.br/2012/11/video-da-trilha-ao-cabeca-de-peixe.html

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  3. Boa tarde, gostaria de tirar uma dúvida...essa trilha é mais difícil e pesada que o escalavrado, ou estaria no mesmo nível ?
    Desde já obrigada.

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    1. Olá Suzana, São trilhas com características diferentes. Enquanto o Escalavrado, se caminhada a maior parte num costão, no Cabeça de Peixe, a trilha segue em mata fechada e com vários obstáculos com corda fixa e trepa pedras. Eu achei o Cabeça de Peixe mais pesado que o Escalavrado.

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  4. fala Leandro! a é subida da cabeça de peixe tem corda fixa até o topo ou precisa escalar o último estágio?

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    1. Tem corda fixa antes um pouquinho do topo, mas é uma subida tranquila quando não tem.

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