sábado, 22 de setembro de 2012

Escalada no Morro do Morcego pela Via Paredão Sangue Bão

Por Leandro do Carmo

Escalada no Morro do Morcego pela Via Paredão Sangue Bão

Local: Morro do Morcego - Jurujuba - Niterói RJ
Data: 01/09/2012
Participantes: Leandro do Carmo, Ary Carlos, Leonardo Carmo e Guilherme Belém






Croqui:

DICAS: Pedir autorização para entrada no local; a trilha está um pouco fechada; assim que chegar a base, virar a direita, passando por uma grande laca, formando uma chaminé, a base da sangue bão fica depois de uma base de tijolo; o crux está entre o 2º e o 4º grampo; às vezes parece que o grampo está alto; 3 enfiadas curtas, em média 25 metros; parede muito suja no começo, em dias de chuva, pode ficar muito difícil a escalada; a saída da segunda parada é um pouco difícil, para evitar um fator 2, pode-se costurar o grampo de cima antes de montar a parada.

Em breve disponibilizarei o tracklog da trilha.






Relato

Será que dá para ver Niterói por um outro ângulo? Sempre há uma maneira... Soube da existência de vias no Morro do Morcego e a primeira coisa que me disseram foi que ele possuía uma vista fantástica. E estavam certos!!!!! Realmente a vista é maravilhosa. Ver Icaraí, Jurujuba, Charitas, Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara por outro ângulo, não tem preço!!!

Na sexta-feira combinei com o Ary de escalar o Morcego, a final de contas ele já conhecia o local. Marcamos no sábado, as oito horas no Select, em frente ao Campo de São Bento. Nessa escalada, também participaram Guilherme Belém e meu irmão, o Leonardo. Pontualmente chegamos ao local e fomos direto para Jurujuba, onde paramos o carro no ponto final do ônibus 33. Dali seguimos até a segunda e última casa a direita da rua que segue para as praias de Adão e Eva.

A trilha

Pedimos autorização ao morador para podermos entrar na propriedade e ele nos alertou sobre algumas vespas. Contou que um grupo desceu correndo de lá há algum tempo atrás, devido à várias picadas. O Ary também já havia passado por elas em outra ocasião. Há época, o vespeiro parecia uma bola de futebol. Além também de uma Jararaca que estava enrolada abaixo do coqueiro, no início da via Visão Oposta, anterior a Sanque Bão. Mas deixado os perigos de lado... rs. Seguimos a estradinha.

No começo, tudo limpinho. Nada de mato. Pensei: “essa vai ser moleza”. A medida que íamos subindo, o mato foi aumentando e quando eu percebi já estávamos no meio de um matagal. O caminho não é frequentado há bastante tempo, não havia nenhum sinal de que havia passado alguém nas últimas semanas. Mas seguimos em frente. Chegando ao final da estrada, que por vezes não identicávamos o meio-fio, seguimos em diagonal à direita e passamos no meio de alguns eucaliptos. Nesse local , se subirmos reto à dereita, daremos nas ruínas de um antigo muro, não deve-se ultrapassá-lo. Mais a frente, avista-se um eucalipto sozinho. Subimos a direita dele até chegar numa mangueira, praticamente deitada. Viramos à esquerda. Dali é só seguir as ruínas do muro. Mais a frente, verá uma caixa d’água a sua esquerda e mais adiante uma grande pedra a direita e uma a esquerda. Pronto! Nesse ponto já estará de frente a parede.

Para a esquerda, tem uma calha de captação de água da chuva feita na beirada da pedra, de onde podemos seguí-la até o final. De lá se tem uma vista muito bonita e também é o ponto de onde chegamos do rapel, feito com duas cordas de 60m. Seguindo à direita da parede, passamos por uma chaminé e vemos uma palmeira cima de uma fenda em horizontal, caminho de onde inicia a via visão oposta. Mais adiante, descemos um degrau de tijolo e já chegamos na base da Sangue Bão. Decidimos entrar na via Sangue Bão, assim todos conheceriam a via e teríamos motivo para voltar e fazer a visão oposta.

A escalada

O Ary iniciou a escalada e guiou o Leonardo. Quando o Ary chegou na primeira parada, ele ainda perguntou se queríamos que a corda ficasse no lugar para um possível auxílio na subida. Achei que não era necessário. Então o Leonardo começou a subir e quando ele já estava no terceiro grampo, comecei a escalar. O primeiro lance é bem tranquilo, costurei o primeiro grampo e passe uma grande laca, costurando o segundo, onde tem uma parada dupla. Dali o negócio fica sinistro, o crux da via, um 5º para tirar o fôlego. O grampo fica à esquerda, onde tem que sair já para o lado, o que facilitará mais a subida. São três passadas rápidas, pois as agarras não são tão boas assim. Costurei o grampo e toquei para cima. Daí, vai seguindo para a direita, onde a parede está bem suja. Talvez em dias de chuva, fique difícil fazer o lance.

Costurei o quarto grampo e o quinto, antes de chegar a um platô onde fizemos a primeira parada. Enquanto o Ary guiava a segunda enfiada, o Guilherme veio subindo. A saída da primeira parada também é chata. Uma  passada em aderência, talvez um 4ºsup, onde a queda do guia, faz com que ele vá para cima do participante. Foi nessa hora que pedi para o Leonardo se posicionar com a mão acima, tipo em lance de boulder, para segurá-lo numa possível queda. Nem foi preciso, o Ary manda bem!!!! Logo passou e costurou o grampo. Dali foi subindo até a segunda parada.

O Guilherme guiou a segunda enfiada. Subi logo depois do Leonardo e os lance da saída da primeira parada é bem complicado mesmo. Vale até a pena subir e costurar o grampo antes de montar a parada, a fim de evitar um fator 2.  Do segundo grampo até a parada, o lance é bem bonito. Um vertical com grandes agarras, algumas de cristal. Os grampos não são tão próximos, mas as agarras dão mais segurança. Assim que cheguei na segunda parada, o Leonardo já estava guiando a última enfiada. Nem parei, subi direto. Dali para cima é bem tranquilo, vai quase que caminhando. Foram mais dois grampos até a última parada dupla, que nem precisamos costurar. Fomos direto até o cume, onde fizemos segurança de corpo.

A vista é fantástica. Ter uma visão 360º não tem preço. Dava para ver Jurujuba, Charitas, São Francisco, Icaraí, Ponte, Rio de Janeiro, Pão de Acúcar e Fortaleza de Santa Cruz... O dia estava perfeito. Por sinal, tem sido assim na maioria dos dias nesse inverno. Batemos várias fotos para registrar o momento e seguimos até o outro lado, onde faríamos o rapel com duas cordas de 60m.

Os grampos estão um pouco para fora, mas nada de assustar. Emendamos a corda e eu comecei o rapel. Descida bem bonita, com uma vista fantástica. Passei por um grampo muito mal batido, onde daria para fazer uma parada caso rapelássemos como uma corda só. Mas não aconselho. Como falei, ele está muito mal batido. Pensamos até descobrir quem o colocou e pedir autorização para trocá-lo e aproveitar e duplicá-lo também.

Chegamos até a base e nos preparamos para voltar. Aí, foi só enfrentar o capim...

Até a próxima!

Vista do final da calha de capatação de agua


















Vista de Jurujuba da primeira parada

Leonardo Guiando



Fortaleza de Santa Cruz e Pão-de-Açucar


Analisando o rapel

Preparando o rapel


Na trilha

Vista da trilha


Na calha



Boa Viagem e MAC

Adicionar legenda


Entrada da Baia de Guanabara e Fortaleza de Santa Cruz


Galera no cume

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